O choque elétrico acontece quando há passagem da corrente elétrica pelo corpo em contato com um objeto eletrificado.
Ao passar pelo corpo humano, a corrente elétrica danifica e lesa os tecidos nervosos e cerebrais, provoca coágulos nos vasos sanguíneos e pode paralisar a respiração e os músculos cardíacos, provoca queimaduras, parada respiratória, paralisia cardiorrespiratória. A corrente elétrica pode matar imediatamente ou colocar a pessoa inconsciente, dependendo de sua intensidade.
Por conta da universalidade do uso da energia elétrica e do fato dela ser invisível, qualquer pessoa menos avisada pode vir a ser vítima de um acidente envolvendo eletricidade.
O início de sensibilidade (limiar) à corrente elétrica ocorre a partir de aproximadamente 0,5 miliamperes; valor tão pequeno que seria incapaz de acender uma lâmpada comum, porém uma corrente de 0,5 Amperes, que acende uma lâmpada de 60 watts, ligada em 120 volts, é capaz de causar danos irreversíveis ou até a morte fulminante, dependendo de vários fatores como: trajeto da corrente elétrica no corpo humano, tipo da corrente elétrica, tensão nominal, intensidade, duração do choque elétrico, resistência do circuito, frequência, tempo de exposição e condições do ambiente onde o trabalhador se encontra.
Segundo dados estatísticos, os acidentes envolvendo choques com energia elétrica atingem predominantemente as mãos e os braços por serem o caminho mais curto entre a parte energizada e a pessoa. Acidente dessa natureza tem deixado muitos trabalhadores com incapacidade temporária ou permanente ou até a morte.
Considerando essa situação, é fundamental se pensar em qual a maneira mais eficaz de proteger o trabalhador que convive diariamente com essas situações de risco; daí a importância dos equipamentos de proteção individual (EPI) que possuam características de isolação capazes de impedir ou atenuar os efeitos da corrente elétrica no ser humano.
Além dos equipamentos que permitem realizar serviços à distância, como ferramentas, bastões e varas de manobra isolantes e da adoção das medidas de prevenção e controle, é de fundamental importância a utilização das luvas e mangas isolantes contra riscos elétricos, por serem equipamentos que possuem características físicas, mecânicas e elétricas adequadas ao nível de tensão em que o trabalhador está exposto quando é inevitável esse contato com as partes energizadas, porém não basta simplesmente usá-las, o mais importante é conhecer as características e adequabilidade de uso, pois a utilização errada ou inadequada pode levar a graves consequências, pois cada luva e manga é identificada pela classe de tensão de uso e tipo de ambiente com formação ou não de ozônio; tipo de gás formado pelas descargas elétricas superficiais da alta tensão que pode deteriorar gradativamente o material das luvas e mangas, causando microfissuras que poderão romper e reduzir ou até eliminar as propriedades isolantes.
Para garantir que as luvas e mangas isolantes sejam comercializadas em condições técnicas adequadas ao uso a que se destinam, o Ministério do Trabalho e Emprego estabelece a obrigatoriedade da obtenção do Certificado de Aprovação – C.A. fundamentado na norma ABNT NBR 10622 que estabelece os requisitos mínimos necessários além dos ensaios elétricos conforme tabela abaixo.
Classe das luvas | Tensão máxima de uso (Volt) | Tensão de ensaio (Volt) | Tensão mínima de ensaio de perfuração (Volt) |
---|---|---|---|
00 | 500 | 2.500 | 5.000 |
0 | 1000 | 5.000 | 6.000 |
1 | 7.500 | 10.000 | 20.000 |
2 | 17.000 | 20.000 | 30.000 |
3 | 26.500 | 30.000 | 40.000 |
4 | 36.000 | 40.000 | 50.000 |
O atendimento aos requisitos da norma pelos fabricantes e fornecedores é de fundamental importância para que o trabalhador tenha a convicção de que estão tendo sua segurança assegurada quanto ao uso desses tipos de EPI’s.