O que são coronavírus?
Os coronavírus (CoV) compõem uma grande família de vírus, conhecidos desde meados da década de 1960. Podem causar desde um resfriado comum até síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave (SARS, do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome – identificada em 2002) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS, do inglês Middle East Respiratory Syndrome – identificada em 2012). O novo vírus, denominado 2019-nCoV, trata-se de uma nova variante do coronavírus.
Como este novo coronavírus foi identificado?
O novo coronavírus foi identificado em investigação epidemiológica e laboratorial, após a notificação de casos de pneumonia de causa desconhecida entre dezembro/2019 e janeiro/2020, diagnosticados inicialmente na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei. Centenas de casos já foram detectados na China. Outros casos importados foram registrados na Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Vietnã, Cingapura, Arábia Saudita e Estados Unidos da América; todos estiveram em Wuhan.
Como prevenir o novo coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
Como é definido um caso suspeito do novo coronavírus?
Para ser considerado um caso suspeito do novo coronavírus, o paciente precisa possuir o critério clínico, que é febre acompanhada de sintomas respiratórios, além de atender a uma das 2 situações:
Ter viajado nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas para área de transmissão local (cidade de Wuhan) ou ter tido contato próximo com um caso suspeito ou confirmado.
A confirmação do diagnóstico do novo vírus é feita com exames laboratoriais realizados por biologia molecular identificam o material genético do vírus em secreções respiratórias.
OBS: Febre pode não estar presente em casos de alguns pacientes, como idosos, imunocomprometidos ou que tenham utilizado antitérmicos.
IMPORTANTE: Os casos suspeitos devem ser mantidos em isolamento enquanto houver sinais e sintomas clínicos. Casos descartados laboratorialmente, independente dos sintomas, podem ser retirados do isolamento.
Qual é o período de incubação desta nova variante do coronavírus?
Ainda não há uma informação exata. Presume-se que o tempo de exposição ao vírus e o início dos sintomas seja de até duas semanas.
Como ocorre o contágio e qual é a gravidade do novo coronavírus?
Não se sabe até o momento. Alguns vírus de transmissão aérea são altamente contagiosos, como o sarampo, enquanto outros são menos. Ainda não está claro com que facilidade o 2019-nCoV é transmitido de pessoa para pessoa, mas está ocorrendo. Até que tenhamos esta informação mais acurada, recomenda-se que as precauções e isolamentos sejam adotados. Quanto à gravidade, devemos acompanhar a evolução da epidemia. Pelos dados iniciais publicados, a estimativa inicial é de que a letalidade seja em torno de 3% (26 mortes em 912 casos), inferior à do SARS-CoV e do MERS-CoV.
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
O vírus pode ficar incubado por duas semanas, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção.
Existe um tratamento para o novo coronavírus?
Não há um medicamento específico. Indica-se repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Nos casos de maior gravidade com pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo ventilação mecânica podem ser necessários.
Quais são as orientações para portos e aeroportos?
Aumentar a sensibilidade na detecção de casos suspeitos de coronavírus de acordo com a definição de caso. Além disso, reforçar a orientação para notificação imediata de casos suspeitos nos terminais. Outra medida é a elaboração de avisos sonoros com recomendações sobre sinais, sintomas e cuidados básicos. Também é importante intensificar procedimentos de limpeza e desinfecção e utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), conforme os protocolos, sensibilizar as equipes dos postos médicos quanto à detecção de casos suspeitos e utilização de EPI e ficar atento para possíveis solicitações de listas de viajantes para investigação de contato.
Foram reforçadas as orientações para notificação imediata de casos suspeitos do novo coronavírus nos pontos de entrada do país, além da intensificação da limpeza e desinfecção nos terminais, como prevê a Anvisa.
Existe alguma restrição internacional?
Até o momento, as áreas consideradas com transmissão local do novo coronavírus são a província de Hubei, com o epicentro em Wuhan e a província de Guangdong, na China. O Ministério da Saúde vai atualizar as áreas com transmissão local de acordo com as informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no link: saude.gov.br/listacorona
Como o Brasil está se preparando para atuar em um possível caso do novo coronavírus?
O Ministério da Saúde realiza monitoramento diário da situação junto à Organização Mundial da Saúde (OMS),
O Governo Federal brasileiro adotou diversas ações para o monitoramento e o aprimoramento da capacidade de atuação do país diante do episódio ocorrido na China. Entre elas está a adoção das medidas recomendadas pela OMS; a notificação da área de Portos, Aeroportos e Fronteiras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); a notificação da área de Vigilância Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); e a notificação às Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios, demais Secretarias do Ministério da Saúde e demais órgãos federais com base em dados oficiais, evitando medidas restritivas e desproporcionais em relação aos riscos para a saúde e trânsito de pessoas, bens e mercadorias.
O Ministério da Saúde também instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) – novo coronavírus que tem como objetivo preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no Brasil.
O COE é composto por técnicos especializados em resposta às emergências de saúde pública. Além do Ministério da Saúde, compõe o grupo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Evandro Chagas (IEC), além de outros órgãos. Desta forma, o país poderá responder de forma unificada e imediata à entrada do vírus em território brasileiro.
IMPORTANTE: O Ministério da Saúde tem realizado monitoramento diário da situação junto à OMS, que acompanha o assunto desde as primeiras notificações, em 31 de dezembro de 2019.
Reprodução dos materiais disponibilizados pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Infectologia.
FONTES:
Informe da Sociedade Brasileira de Infectologia sobre o novo coronavírus – Perguntas e respostas para profissionais da Saúde e para o público em geral (Dados atualizados em 24/01/2020)
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 2 Volume 51 | Nº 04 | Jan. 2020. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/novocoronavirus#prevencao> Acessado em: 29 jan. 2019.